Dossiê Irmandades - Nossa Senhora da Boa Morte - Impressões fotográficas

Nossa Senhora da Boa Morte - Impressões fotográficas
Gabriela Baldassin Harrison
Em 2008, o "II Simpósio Identidades Culturais e Religiosidade", organizado pela Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) , motivou a ida minha e de Lilian Antonino, para a cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano. Naquela época ela pesquisava sobre irmandades e eu sobre candomblé. Motivação acadêmica e a festa da Irmandade da Boa Morte justificaram nossa ida até a cidade de Cachoeira.
A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte foi fundada no início do século XIX, uma das mais antigas do País, próxima a igreja da Barroquinha, em Salvador, migrando para a cidade de Cachoeira alguns anos depois. Tendo suas origens remontadas ao período escravocrata brasileiro; a Irmandade da Boa Morte é simbolo de resistência, força e prestígio negro na contemporaneidade.
Podem adentrar a irmandade mulheres com idade acima dos 50 anos, que pratiquem a religião do candomblé e sejam devotas de nossa senhora. Estas senhoras e a devoção a Nossa Senhora que pretendemos mostrar nesta exposição. São 30 fotos que contemplam dois dos três dias de festa. No primeiro dia devotas utilizam suas roupas brancas com anáguas, rendas e contas, fazem a procissão por algumas das ruas da cidade levando o andor de Nossa Senhora Morta. Já no segundo dia as senhoras realizam a procissão com a beca fúnebre; para cada dia de cerimônia utilizam uma vestimenta diferente, sendo que no ultimo dia, não registrado por nós, as irmãs saem com seus trajes de gala. Pudemos observar que das mais idosas às mais novas, todas em algum momento, ajudam a carregar o andor.
Presenciar a festa da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte e partilhar desta devoção por dois dias é o que apresentamos aqui.
Fotografias: Gabriela Baldassin Harrison e Lílian Antonino